quarta-feira, 16 de julho de 2008

Quero meu Muro de volta!


Kennedy, encarando o verdadeiro Eixo do Mal: "Quero ver Cuba lançar!!"



Leio que, depois de ter instalado três centrífugas nucleares (a branca, a prata e a sensacional versão em alumínio profissional), o Irã anda fazendo testes com mísseis de longo alcance, com a finalidade estratégica de atentar o juízo de norteamericanos e israelenses. De vez em quando, a Coréia do Norte também abusa, mas em termos de confronto ideológico, o que temos, hoje, não passa disso. Uns e outros mais parecem vilões de desenho animado do que verdadeiras ameaças ao Mundo Livre. Aliás, nem se fala mais em Mundo Livre.


Nos tempos em que havia também a Cortina de Ferro (e a misteriosa Cortina de Bambu chinesa), a coisa era muito mais bacana. Vê lá se daria assunto um teste de mísseis soviéticos. O russo jogava foguete até de farra e ninguém dizia um isso. Nomenklatura, deténte, Politburo, a Revolução Cultural... aqueles desfiles de Primeiro de Maio na Praça Vermelha, então... a coisa tinha um charme, viu?...aliás, lembra aquela vez que o Brezhnev ficou doente e tiveram que arranjar um urso pra ficar dando tchauzinho no lugar dele? - e dá pra comparar o Che com o Chávez?...


Com vilões fuleiros e guerras chulés, só podíamos ter uma crise de mocinhos, também. Alguém conhece um meio James Bond, hoje? E o drama dos veteranos de guerra americanos, que voltavam doidos? hoje, o cara volta do Iraque e vai comer cachorro-quente vendo beisebol, como se estivesse vindo da casa da sogra. Aliás, dependendo da sogra, é mais jogo vir da guerra. E Bush parece que está segurando o riso quando fala grosso na televisão. E cada vez fala com mais pouco caso. Não duvido que, dia desses, com preguiça de fazer discurso comprido, ele arremate a coisa assim: "Vou sentar a mão na sua cara, pô!". Que diferença, não? - de um Kennedy, por exemplo, encarando a tal crise dos mísseis cubanos. Aquilo sim que era mocinho!
(A.S.)


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