Como a nossa vida hoje em dia é fácil, né? Celular, Skype, You Tube, notebook, MSN, câmeras a preço de banana que ainda por cima filmam, blábláblá.
E pensar que:
- Fiquei boquiaberta quando, lá pelos idos de 1986, ouvi dos meus colegas de sala mais abonados a primeira menção ao vídeo cassete. Eles contavam, tirando muita onda, que nem precisavam ficar até não sei que horas acordados pra assistir ao TV Pirata - era só deixar uma fita lá gravando e no dia seguinte assistiriam na hora que quisessem. Um deles foi até mais além, dizendo que o pai era perfeccionista e gravava os programas sem os comerciais. Achei aquilo o máximo da modernidade e do chiquê;
- O pobre do meu primeiro namorado, todo santo dia à noite, ia até um orelhão próximo à sua casa, com uma cartela de fichas na mão, esperava não sei quanto tempo na fila, só pra me ligar e dizer um oi. Telefone era para poucos e nem eu mesma tinha, usando o de uma tia que morava perto pra receber as chamadas diárias, no mesmo bat horário;
- Apesar de ter conhecido um grande amigo italiano num chat do falecido Zaz, era por carta que nos correspondíamos, já que eu não tinha computador em casa e não existia lan house. Aliás, a amizade com minha outra grande amiga Helene foi mantida na base do correio e alguns telefonemas aos domingos, sempre no horário mais barato, lá pelas tantas da noite;
- Inúmeras fotos de passeios inesquecíveis tiveram que ficar só na lembrança, porque o filme da máquina queimou;
– Não dava pra levar o LP que a gente mais gostava pra viagem de férias porque era grande, desengonçado, capa molenga, quebrava e arranhava fácil fácil.
E como lembrar disso tudo me dá uma coceira danada, paro os exemplos por aqui. A gente era INFELIZ e não sabia.