E não é que às vezes me pego sentindo inveja de pessoas que trabalham com coisas simples? Sim, inveja de balconistas de lanchonete. De frentistas. De atendentes de locadora. Essas pessoas são felizes e talvez nem saibam. Sair da caverna tem um preço. E não é em real que a gente paga. Muito menos ganhamos em dólar.
O mais engraçado foi saber que outras pessoas tinham a mesma sensação que eu. Tenho uma amiga bem-sucedida profissionalmente, com o salário bem mais robusto que o meu, cuja inveja vai mais além: ela queria mesmo era se mudar pra um interior bem brabo, produzir o próprio alimento e não ter nem luz elétrica em casa. Isso mesmo: plantar, colher, criar galinha, tirar leite, essas coisas. Ela chegou até a dar uma pirada básica dia desses e mandou currículo candidatando-se à vaga de recepcionista em um cursinho preparatório para concursos. “Ah, Cyn, cansei”. E eu, fofa?
O que será que nos leva a ter esses ataques de querer regredir na vida? Será que responsabilidade necessariamente tem que vir acompanhada de estresse? Qual o segredo para evitar esses rompantes? Por que não mandei meu resumé para o anúncio dO MELHOR EMPREGO DO MUNDO?