quarta-feira, 29 de abril de 2009

Um choppes, dois pastel

Eu não conheço São Paulo. Migrei para cá há quase dois anos, mas levo vida de emigrante pé rapado que tem que lavar muito prato pra sobreviver. Ainda não cheguei a esse ponto. Lavo só os meus por enquanto.

A primeira coisa que perdi aqui foi o meu senso de direção. Sempre fui famosa por ter uma excelente memória para ruas e itinerários, mas aqui eu me sinto como um ratinho num labirinto. Sempre me perco se arrisco fazer um trajeto que fuja ao que já me habituei. Sei que devem ter inúmeras formas de se chegar a alguns lugares, mas eu prefiro não experimentar. Porque aqui tudo é estranho demais, grande demais, cinza demais, tumultuado demais.

A divisão da cidade em zonas me deixa mais atordoada ainda. Não entram na minha cabeça algumas interligações e vivo fazendo bússolas imaginárias, tentando decifrar onde fica tal bairro. Minha vida sem o metrô também seria um caos, apesar de não precisar usá-lo diariamente. Meu ponto de referência é a Paulista. Se chego lá, estou em casa.

Aprendi que a relação sol/calor/chuva/frio é totalmente diferente da que fazemos em Salvador. Um dia ensolarado aqui, muitas vezes, pede um bom sobretudo e um cachecol de lã, senão você congela a caminho do trabalho.

O trânsito é o inferno na Terra e a cidade vive em função dele: se tem um acidente grave, até eu, que não tenho nada a ver com o pato, pago a conta, pois com certeza o meu trabalho será afetado por isso.

Comecei a ver o estresse paulistano de outra forma: acredito mais que seja fruto da pressão em fazer parte de um sistema que movimenta fortunas por dia sem ter um tostão na carteira do que estresse por estresse.

Todos estão sempre querendo mais: mais tempo, mais dinheiro, mais amor, mais conhecimento e até mais trabalho, pois assim reinicia-se todo o ciclo com novos anseios e metas pessoais. Aqui, se a grama do vizinho é mais verde, o povo se acaba pra adubar a dele. Aparência é um ingrediente crucial para sobrevivência.

E o que tem de bom em morar num lugar assim? Ah, comer sanduíche de carne seca no Mercadão, depois de uma hora de espera e ainda se sentir a mais sortuda das pessoas por achar um cantinho no balcão pra ficar em pé é inenarrável. Repetindo: não tem preço.

P.S. A foto foi tirada by myself, do alto do Prédio do Banespa.

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Beijinho, beijinho


Hoje é o dia do beijo. Soube através de uma pessoa especial, que beija muito bem e que atualmente mora no meu coração. Essa mesma pessoa não vai poder comemorar o dia de hoje comigo, mas mora no meu coração. Essa pessoa é especial porque, apesar de trabalhar muito e em horários loucos, fez questão de me dizer que hoje era o dia do beijo. E que lembrou de mim pelo dia de hoje. Essa pessoa até sugeriu que trocássemos o Dia do Beijo para todos os dias. Aceitei na hora, claro.