quarta-feira, 28 de abril de 2010

Sociologia

Faça um teste: quando estiver com alguém por perto, comece a cantar alguma música do nada, pare e verá que a pessoa continuará cantando a mesma música.

Maravilha

"... A senhora me desculpe, mas no momento não tenho muita certeza. Quer dizer, eu sei quem eu era quando acordei hoje de manhã, mas já mudei uma porção de vezes desde que isso aconteceu. (...) Receio que não possa me explicar, Dona Lagarta, porque é justamente aí que está o problema. Posso explicar uma porção de coisas mas não posso explicar a mim mesma..."

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Direto e reto

Não sou dona da verdade, mas sigo as minhas convicções. E me orgulho disso. Não tento catequizar ninguém, assim como estou dispensando conselhos fora de hora. Tenho até evitado entrar em discussões mais acaloradas sobre assuntos polêmicos pra não ouvir que sou radical ou coisa parecida. Porque calada eu não fico e entrar na briga ninguém quer.

Outro dia estavam falando sobre adoção e eu fui a única do grupo que assumiu não sentir a mínima vontade de adotar um filho. É pecado? Eu apenas disse que eu não adotaria uma criança, mas acho o gesto muito louvável. Bastou isso pra me metralharem de um sem números de razões para se adotar um menor abandonado. Mas ninguém entendeu que eu sabia de todas, só não sentia vontade fazer o mesmo. E pronto.

Isso é falta de amor ao próximo? Muito pelo contrário. Fico chocada com cada cena de estupidez humana que vejo diariamente, seja envolvendo crianças, idosos, mendigos e afins. Infelizmente, a única contribuição que posso dar para que o mundo mude é através das minhas convicções que, repito, não obrigo ninguém a concordar.

Se isso é ser egoísta, parem o mundo que eu quero descer.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Eficiência

Ontem fui a uma feira internacional de tecnologia voltada à reabilitação de pessoas com deficiência. Fui prestigiar o meu primo e afilhado, que veio de Salvador, expor um software adaptável a celulares, criado por ele e seus sócios, que facilitará e muito a vida de pessoas cegas: a câmera do aparelho capta as cores e seus nomes podem ser ouvidos através de um sinal sonoro.

É nessas horas que vejo o quanto somos imbecis. Quantas vezes não fiquei muito chateada por estar acima do meu peso ideal, seja lá o que isso signifique? Quantas outras vezes não quis ter o corpo igual ao de alguma demente, capa de revista ou dançarina de programa de tv? Quanta bobagem pensamos e desejamos, sem nos darmos conta que o principal já está ali, quietinho, funcionando tão bem que sequer notamos a sua perfeição.

Vi muita criança sem braço e sem perna com seus pais atentos às novidades para facilitar a vida e amenizar o sofrimento de todo mundo. A Fiat montou um stand de modelos de carro adaptados e todas as demonstradoras eram deficientes físicas. Chamavam a atenção por serem lindas, talvez para que lembrássemos que a beleza não isenta ninguém de tragédias.

Moral da história é que eu estava mesmo precisando de um banho de realidade como este. Quem tem o presente de ter liberdade para fazer o que bem entende, do jeito que quer e a hora que quiser só tem o direito de ficar calado. E só.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

0110011001100101011011000110100101111010

Quando a gente começa a trabalhar com a cuca, passa a enxergar o trabalho braçal como descanso. Não quero tirar nenhuma onda de intelectual, até porque trabalho com tecnologia. Também não sou nenhuma geek - pelo menos ainda. Mas como o raciocínio lógico tem me consumido pelo menos oito horas por dia, chego em casa doida pra lavar prato, botar roupa na máquina, fazer sopa. E é assim que começo a me desligar do dia corrido e das responsabilidades que venho recebendo gradativamente no meu novo trabalho.

Nunca imaginei que um dia fosse me embaraçar no ramo de TI. Logo eu, ciências humanas na cara e no sangue, falante e que gosta de ver gente, passo os dias numa sala com mais 23 colegas – todos homens e concentrados - tentando encontrar soluções para os problemas dos aflitos e exigentes clientes. No começo era tanta novidade que tive que me segurar para não virar secretária da marmanjada: se o telefone tocava mais de duas vezes eu já puxava a ligação; se chegasse no banheiro e o papel estivesse no fim eu já ia em busca de um pacote novo e por aí vai.

Enfim, a lua-de-mel ainda não acabou e estou curtindo cada segundo dela. Como não fazia há muito tempo. Muito mesmo.

Oh, dó!

Certa vez, na onda da filosofia de botequim, eu e minha irmã discutíamos sobre os tipos de pessoas mais comuns: as folgadas (elas, sempre elas), as fracas, as fortes e por aí vai.

Já ouvi mais que sou forte do que fraca e nunca que sou folgada. Também aprendi que quando ouvimos muitas vezes a mesma coisa ao nosso respeito e por pessoas diferentes, é que é verdade. Portanto, agradeço muito a Deus por não ser folgada. 

Não muito por ser forte, já que na minha opinião, ao contrário do que pregam, só os fracos sobrevivem. Por quê? Porque tem sempre um forte lá na linha de frente levando bordoada de tudo o que é lado pra livrar a cara dos coitadinhos.

Acho muito engraçado o poder de comover que esses cachorrinhos abandonados tem. Mais ainda a cara de pau de demonstrar alívio quando vai um lá e livra o couro deles de alguma encrenca. E tiram onda de contribuintes quando tudo dá certo, viu? 

Só que estou vacinadíssima contra essa laia e estendo minha imunidade ao meu love, que apesar de ser mais velho e experiente, continuava fazendo o papel de gladiador eterno, sem muita malícia para direcionar a sua proteção.

Nessa arena tem até leão miando baixinho, espantado com o que tem visto, com medo do que será daqui pra frente. Dá até pena.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Solidariedade

Estou com pena de Deborah Secco. Com conhecimento de causa, sei bem como ela está se sentindo: um lixo, um fracasso, o pior dos seres humanos na Terra. E ela ainda tem que cumprir uma agenda lotada de celebridade, tendo que fazer de conta que está tudo sendo superado, tirar fotos, dar entrevistas... enfim, coitada.

Lembro muito bem como me senti quando me separei – mesmo não existindo mais o amor de antes, doeu muito. Doeu mais ainda o que veio depois: enquanto eu curtia o luto de minha derrota, via a pessoa com quem passei quase quatro anos de minha vida esfregando na minha fuça o que ele procurava numa mulher
Demorou até tudo ser realmente esquecido. Hoje até agradeço aos céus por ter passado por tal experiência, no mínimo ímpar. Acho também que mais cedo ou mais tarde a separação viria, pois eu também descobri o que procurava em um homem. Esse sim, o amor da minha vida e sem ele, seguramente, eu ficaria sem chão.

Portanto, Deborah Secco, não desanime. Você ainda vai dar boas e sinceras risadas disso tudo. Ô se vai.