segunda-feira, 19 de abril de 2010

Eficiência

Ontem fui a uma feira internacional de tecnologia voltada à reabilitação de pessoas com deficiência. Fui prestigiar o meu primo e afilhado, que veio de Salvador, expor um software adaptável a celulares, criado por ele e seus sócios, que facilitará e muito a vida de pessoas cegas: a câmera do aparelho capta as cores e seus nomes podem ser ouvidos através de um sinal sonoro.

É nessas horas que vejo o quanto somos imbecis. Quantas vezes não fiquei muito chateada por estar acima do meu peso ideal, seja lá o que isso signifique? Quantas outras vezes não quis ter o corpo igual ao de alguma demente, capa de revista ou dançarina de programa de tv? Quanta bobagem pensamos e desejamos, sem nos darmos conta que o principal já está ali, quietinho, funcionando tão bem que sequer notamos a sua perfeição.

Vi muita criança sem braço e sem perna com seus pais atentos às novidades para facilitar a vida e amenizar o sofrimento de todo mundo. A Fiat montou um stand de modelos de carro adaptados e todas as demonstradoras eram deficientes físicas. Chamavam a atenção por serem lindas, talvez para que lembrássemos que a beleza não isenta ninguém de tragédias.

Moral da história é que eu estava mesmo precisando de um banho de realidade como este. Quem tem o presente de ter liberdade para fazer o que bem entende, do jeito que quer e a hora que quiser só tem o direito de ficar calado. E só.

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