Pra que serve mesmo uma coleção? Eu já colecionei sabonetes de hotel, canetas de propaganda, guardanapos personalizados, tartarugas. Todas essas manias começavam meio que sem querer, tornavam-se públicas e todo mundo acabava entrando na brincadeira.
Tinha um colega de faculdade que toda segunda-feira me dava um sabonetinho ou uma caneta, fruto do seu domingo em uma das mansões do Del Rey, do Playboy, do Hollywood. E eu sempre protestando, dizendo que deveriam ser de hotel com H e não com M - e ele rindo da minha cara de pastel.
Com as tartarugas, as pessoas encontraram uma forma fácil e barata de me presentear: de alemã a sergipana, feitas de plástico ou esmeralda, minha estante já comportou mais de cem. Quando aquilo não significava mais nada pra mim, minha mãe herdou a galerinha e eu achei que era uma tremenda de uma perda de tempo ficar juntando coisa sem sentido, dando trabalho na hora de limpar as prateleiras.
O tempo passou e eu acreditei piamente que a minha fase de desequilíbrio mental já estivesse morta e enterrada. Ledo engano... foi só me deparar com uma papelaria linda, cheia de coisas fofas que não resisti a esses lapitchos em forma de bichinhos. Além de enfeitarem a mesa do trabalho, são um charme e fazem o maior sucesso quando eu os saco da bolsa. Porque sim, eu tenho problemas com lápis, lapiseiras, cadernos e cadernetas. E sim, já estou viciada.
Na foto, falta o urso panda. Dá pra resistir?