Conheço pelo menos três pessoas que saíram das redes sociais simplesmente por não suportarem a quantidade de hipocrisia reunida. Elas estão certas: todo mundo no Orkut, no Facebook ou no Twitter é bem-resolvido, é mais feliz, é mais rico.
Fica aquela sensação de que somos incompetentes ou que estamos de penetra numa festa que não é nossa – só os bem-sucedidos foram convidados.
Eu já tive a minha crise Orkutiana, não é de hoje. Queria, a todo custo, descobrir onde aquela gente arranjava tanta coisa legal pra fazer e com pessoas tão igualmente legais.
Essa neura se dissipou quando comecei a saber o que se passava nos bastidores, do lado de lá: amigos frustrados, tentando a todo custo fazer de conta que a vida era bela. Sem contar os genuinamente infelizes que encontravam, na ilusão de um perfil, a projeção do que gostariam ser um dia.
Conclui que quando a gente está realmente feliz, tudo dando muito certo na nossa vida, nós até deixamos escapar uma ou outra informação aqui ou acolá, mas não escancaramos tudo não. Felicidade é como um filho, que a gente tem que cuidar, preservar e apresentar ao mundo na hora certa.