quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Não entra na minha cabeça uma pessoa ter estudado muito, ter muita grana, viajar para lugares legais e a percepção de mundo só regredir. Mas regredir a tal ponto de ser impraticável se conseguir engrenar uma conversa simples pelo MSN, a amizade de uma vida ter se resumido a troca de recadinhos banais no Facebook

E olha que hoje ela me decepcionou até nisso, já que não entendeu um comentário babaca que fiz no meu status. O que dizer então de uma pessoa, nascida e criada em São Paulo, na periferia, mas em São Paulo, casada há 20 anos com uma pessoa mais antenada, continuar repetindo (e acreditando) em lendas urbanas batidas e surradas? Pior ainda: como trabalha nas imediações de casa, agradece a Deus por não precisar sair de onde vive, orgulhando-se de fazer mais de ano que não sai do bairro? 

Olha, vendo esses dois casos, só me orgulho da minha falecida avó: nasceu num interior brabo da Bahia, foi pra Salvador já adulta, não sabia ler. Mas era uma pessoa tão inteirada com o mundo à volta que dava um verdadeiro banho nessas duas criaturas que conheço. Ela podia até não entender alguma coisa que visse na televisão, mas matutava até achar uma resposta. Não sossegou até conseguir escrever o seu nome, pois não queria que o RG novo tivesse o carimbo de “analfabeta”. Acho até que se não fosse o grave problema congênito que tinha no coração, teria estudado, pois se interessava muito com as nossas lições de casa, chegando até a fazer caligrafia quando dava. Sem contar que tinha uma mão maravilhosa para curativos, cocadas, costura, bordado, penteados. 

 Discrepante, né?

Um comentário:

Cecília Gomes disse...

É querida... a vida é assim!!!!!
Viva vovó! =)