sexta-feira, 22 de maio de 2009

Constanziando

Sofro por antecipação e depois que tudo passa vejo que sou uma tonta. Essa semana passei por poucas e boas devido a uma suposta travessura que tinha cometido. Explicando: postei aqui a reprodução fiel de um diálogo surreal que tive com uma pessoa mais surreal ainda e essa pessoa, com a qual não tenho mais contato, ligou pro meu trabalho do nada, deixando dois perturbadores recados para que eu ligasse o quanto antes. 

Pronto, minha imaginação voou longe. Como essa pessoa é, digamos, barraqueira, apesar do berço esplêndido em que nasceu, já estava ensaiando como seriam as minhas respostas aos seus desaforos quando visse que eu tinha falado dela, mesmo sem ter citado seu nome. Tive taquicardia enquanto xerocava uns documentos pro meu chefe. Um calafrio quando um colega chegou na copa sem se fazer notar. Um princípio de chilique toda vez que o telefone tocava. Para mim todos já sabiam que eu ia ser processada.

Como o meu descontrole já beirava uma completa crise de nervos, procurei ajuda profissional: de um amigo com conhecimentos jurídicos, que sugeriu que eu falasse com mais outra amiga advogada e de Marquinho. Ambos foram unânimes nos conselhos: eu ia ouvir desaforo, perder um contato em potencial forever e pronto, já que a famosa conversa não tinha tido testemunhas, tinha sido pessoalmente e só as partes envolvidas sabiam dela. 

O meu amigo foi até mais longe dizendo que a hora do advogado dela devia ser tão cara que ia ficar tudo na base do bate-boca mesmo. Me senti a redatora-chefe de alguma Contigo! da vida e um leve sorriso brotou dos meus lábios. Mas o pavor continuava, ia e voltava. Por via das dúvidas, apaguei o post, fiz cara de parede e o meu coração de escritora frustrada não parava de se comover toda vez que lembrava de ato tão extremo.

Hoje a minha tortura acabou. A fulaninha ligou e tudo o que queria era apenas o número do telefone de uma famosa promoter, já que o que ela tinha estava desatualizado. Confesso que a probabilidade de ser apenas isso era quase nula e dei não só um suspiro aliviado quando desliguei como também demorei um bom tempo tentando me recompor. Um dia eu publico de novo o famoso diálogo e, como gosto de viver perigosamente, darei nomes aos bois. Daqui a uns dez, doze anos, talvez.

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