quarta-feira, 16 de julho de 2008

Dormi com Nelson, sonhei com Amaury

As minhas noites de sábado sem DVD, meus livros (todos em Salvador), TV paga, internet ou algo mais interessante para fazer sempre terminam num triste dilema: assistir  Zorra Total ou Amaury Jr.? Acabo optando pelo último, já que a RedeTv! pega melhor na minha casa do que os outros canais. Assim, não raramente, durmo ao som de "Nice and Slow", ou simplesmente "ÔÔÔ" (tem até um concurso do vídeo mais criativo usando esse primor de melodia...).

O pior não é assistir ao espetáculo bizarro que se passa em minha frente, onde o apresentador, um bajulador profissional com 25 anos de carreira, pula de festa em festa entrevistando pessoas endinheiradas pelo simples fato de terem dinheiro - pior é sonhar com o próprio.

Num desses sábados em que a gente resolve arrumar gaveta, só comer coisas saudáveis, jurar que nunca mais vai cometer os mesmos erros, blábláblá, eu decidi que não ia assistir televisão. Passei a manhã fuçando uns livros que um amigo tinha tinha encomendado, nuns sebos do centro. Pela primeira vez, só comprei frutas no supermercado. Afinal, se é pra mudar, que seja já.

Lá pelo finalzinho da tarde, peguei um dos livros que mandaria ao meu amigo na segunda-feira – "O Óbvio Ululante", de Nelson Rodrigues. Confesso que fiquei meio na dúvida entre esse e o "Elite da Tropa", também parte da eclética lista, mais pela tentação de ver Wagner Moura na capa do que pelo interesse no que estava escrito.

Bom, cabelos devidamente lavados e tratados como os rebeldes devem ser, deitei na cama e preparei-me para a longa jornada de leitura que havia imposto a mim mesma naquela noite. Nelson Rodrigues me hipnotizando e eu, morrendo de vergonha das asneiras que ando deixando públicas ultimamente...enfim, o sol nasceu para todos, era o meu pensamento no fatídico sábado de mudanças.

Passava da meia-noite quando apaguei a luz, já tendo lido mais da metade do livro. De repente, me vejo num ambiente regado a muito caviar e champanhe, flashes sendo disparados por todos os lados e ao meu lado, ninguém menos que Amaury Jr., com o seu inconfundível terninho, porém sem o seu inseparável microfone, tentando me dizer alguma coisa que o barulho da ocasião não permitia que eu o ouvisse.

Acordei, no mínimo, comovida com o meu inconsciente. Seria eu uma fútil em pele de cordeiro?

2 comentários:

Anônimo disse...

Sonhei com Amaury fazendo cobertura policial:
"- Eu estou aqui com este fantástico Jeremias, que está iniciando uma temporada fantástica no 21 DP.Tudo bem?

- Se eu pudesse eu matarra era MIL! E VOCÊ PRIMERO!!"

Cosa Uneca disse...

Definitivamente, a praia dele é outra.