terça-feira, 12 de agosto de 2008

Don´t cry for me

Fui logo pedindo ao taxista que abaixasse o volume do rádio, pois estava sendo ameaçada por um princípio de enxaqueca lancinante. Ele disse que não sabia se tinha enxaqueca ou sinusite, mas que a dor era forte e que sabia exatamente como eu estava me sentindo. Pelo meu sotaque, perguntou de onde eu era e começamos a conversar. Sempre tenho a impressão de que só a minha vida tem ares novelescos, cheia de coisas absurdas. Mas nem por isso deixo de ouvir as histórias dos outros, prestando atenção nos mínimos detalhes.

Esse moço, bonito por sinal, começou a me contar a sua sina: trabalhava numa grande empresa, ganhava bem para um rapaz solteiro e não aguentava mais ouvir a sua namorada, uma menina de dezesseis anos na época, dizer que não suportava morar com a mãe. Pediu demissão, comprou um táxi e levou-a para morar em sua casa. Ela engravidou em seguida. Disse que o que sentiam um pelo outro não era exatamente amor, mas a filhinha que acabara de nascer dava um sentido diferente às suas vidas.

Um belo dia, sua mulher chega e diz que precisava de um tempo para curtir a vida, já que tinha se casado muito cedo e que isso não estava certo. Continuaram morando próximos, para não prejudicar na educação da filha. Ele suportou quase dois anos vendo-a sair com as amigas e primas e voltando com o dia já claro. Tiveram uma recaída e ela engravidou de novo. Ela quer casar de papel passado, pois descobriu ser ele o homem da sua vida. Ele não quer mais, pois não sente mais nada por ela. Disse que virou um homem blindado e que nunca mais na vida vai levar mulher nenhuma a sério. Sai de vez em quando com outras meninas, mas nem chega a contar a sua história. Simplesmente desaparece no dia seguinte.

2 comentários:

Unknown disse...

Cynthia, você é uma comédia total. Adorei o seu blog, até parece que estou vendo você contas essas histórias na minha frente, nos corredores da FACS, já rimos muito hein? Bons tempos aqueles, você tinha até trilha sonora, lembra?! ...ô meu vaqueiro meu peão/ conquistou meu coração/ na pista da paixão/ e valeu boi... Essa sem dúvida é a sua cara!
Beijos amiga e Boa Sorte.
Saudades de sua amiga,
Flavuca.

Cosa Uneca disse...

Foi longe, hein, Flavuca??? Mastruz com Leite é de mil novecentos e bolinha...rs...
Beijão e muitas saudades também!!!