sábado, 16 de janeiro de 2010

What do you do?

Ultimamente, para matar o meu tempo durante as intermináveis horas que passo no trânsito de São Paulo, desenvolvi uma técnica no mínimo terapêutica: lembro das pessoas que me fizeram mal de alguma forma e imagino qual outra situação de vida cairia muito bem para elas. 

Por exemplo, imaginei minha ex-chefe, uma neta de árabe falida e que mantém a pose até a morte, vestida num belo jaleco encardido vendendo pastel na feira. Ficou até bonitinha a danada. 

Já o marido dela, que também teve o prazer de me chefiar, um ruivo esquelético que só se comunica em inglês até com o cachorro, imaginei sendo frentista de posto de gasolina. Ficou perfeito. 

O tio dele, o big boss, um senhor alto, filho de pai inglês e mãe americana, dono de um belo par de olhos azuis, imaginei como porteiro de algum prédio comercial decadente lá no centrão. Ficou muito fofo. 

O último contemplado foi o sócio minoritário da empresa, um argentino bipolar que pode ser gente fina ou cão chupando manga em questão de segundos. Esse eu imaginei como funcionário do metrô, daqueles que ficam confinados na cabine vendendo as passagens, todo de azul, com cara de poucos amigos. Ficou uma coisa. 

Como estou praticamente viciada nisso, vou ampliar o meu leque de personagens a serem presenteados com a minha imaginação. O negócio funciona. Eu recomendo.

Nenhum comentário: