quinta-feira, 24 de junho de 2010

Olha pro céu, meu amor!

O meu melhor São João foi em 96, quando viajei com Andréa, uma grande amiga presente em minha vida até hoje, para Amargosa, a então coqueluche do forró na Bahia. Foi a minha primeira viagem a um point da moda, com direito à calça jeans de marca comprada às pressas no Iguatemi, moletom chique emprestado por minha avó e muita, muita história pra contar depois.

Para início de conversa, íamos de carona com a amiga da amiga de minha amiga que, ao ver a minha mala gigantesca disse que seria melhor se a colocássemos no carro que ia nos seguindo, que era do amigo do amigo do amigo dela. O detalhe é que esse pessoal estava enchendo a cara na casa de um deles e só sairiam dali umas três horas depois da gente. E naquela época não existia celular e mal sabíamos o endereço da casa onde íamos nos hospedar. Já não gostei desse papo, mas como sempre confiei muito na minha amiga, decidi seguir viagem mesmo assim.

A coisa começou a ficar feia quando a noite foi caindo, o frio em Amargosa beirando os 16 graus, todo mundo se arrumando pra ir aos shows e eu ali, retada da vida, esperando os meninos chegarem pra eu tomar banho e me trocar. A essa altura eu já estava dando patada no primeiro que olhasse pra mim e a minha vontade era só esperar o dia amanhecer pra eu pegar o primeiro ônibus de volta pra Salvador.

Como o meu drama era público, o resto da galera que alugou a casa junto conosco se solidarizou comigo e me emprestou roupas pra que eu usasse até a gente localizar os benditos portadores da minha valiosa mala. Teve de tudo: de bota tamanho 38 a calça jeans 46, passando por jaqueta PP. Eu estava uma coisa, mais parecia o boneco do Judas na sexta santa.

Pra encurtar a conversa, no final deu tudo certo: os meninos chegaram na cidade por volta da meia-noite e não sossegaram enquanto não me encontraram. Aí a festa já estava animada pra mim, que resolvi chutar o pau da barraca e ligar o dane-se. O dia raiou com todas nós, cada uma com seu pretê, dançando forró ao som de Dominguinhos, felizes por aquele ser apenas o primeiro de quatro dias de muita diversão.

Até tentamos repetir a dose no ano seguinte indo pro mesmo lugar, com as mesmas pessoas, nos hospedando na mesma casa, mas não foi tão legal como antes.

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