quarta-feira, 5 de maio de 2010

Prefiro chocolate

Rivotril fez um estrago danado em minha memória. Chegou uma hora que eu pensei que estava emburrecendo, ficando abestalhada ou biruta, mas era o maldito querendo me dominar. Eu até que lembrava de coisas que tinha aprendido no passado, mas bloqueei completamente coisas novas.

O mais chato é ver que ele nem teve em mim esses efeitos maravilhosos que pregam por aí. No máximo fiquei mais corajosa e nunca ficava de ressaca, por mais que ultrapassasse as duas taças de vinho toleráveis. E só. O meu nível de otimismo não foi alterado em nada, a minha autoestima despencou, a ansiedade não aumentou nem diminuiu.

O duro mesmo foi tirar o maldito. Aí que eu vi o quanto é triste tentar resolver problema com remedinho. Paliativo é só uma forma de adiar problema, não tem jeito. Passei uma semana inteira pensando que ia enlouquecer de dor de cabeça, perdi o apetite e o sono. Virei um zumbi desnorteado, imagino o que sente a galera que pega pesado na cocaína.

Lá se vão nove meses sem tarja preta na vida e a minha maior vitória é ver que eu voltei. A autêntica Cynthia está de volta, renasceu, se livrou. Adeus, Rivotril. Até nunca mais.

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