quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Por quê?

Uma pessoa muito querida - simplesmente maravilhosa, diga-se de passagem - descobriu, sem mais nem menos, que está com um tumor no cérebro e que só lhes restam algumas migalhas de dias pela frente.

Como pode? Todos que o conhecem estão perplexos e sem acreditar que aquele jovem senhor, de porte atlético e aparência saudável, que joga tênis nas horas vagas e passa as tardes tomando chá, pode dormir hoje e não mais acordar.

Só soube de sua sentença porque sentiu uma dor de cabeça mais forte e foi parar na emergência, ali fazendo uma batelada de exames que, no caso dele, não foram lá muito úteis. Afinal, de que adianta ter dinheiro, descobrir uma coisa dessas e a equipe médica dizer na sua cara que não dá nem pra começar tratamento, que o negócio é sentar e esperar a morte chegar?

Fico tentando comparar o seu sofrimento com situações que parecem ser similares – estar no corredor da morte, ser judeu no holocausto ou vítima de bala perdida. Ele está vivo, não se sabe por mais quanto tempo, mas todos que estão à sua volta já estão meio mortos.

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